A semifinal do Campeonato Paulista entre Palmeiras e São Paulo, realizada nesta segunda-feira, ficará marcada não apenas pela classificação alviverde, mas principalmente pela controversa decisão arbitral que definiu o destino da partida.
O lance que resultou no único gol do jogo – um pênalti convertido após marcação sobre Victor Roque – levanta questionamentos sérios sobre a atual estrutura da arbitragem no futebol brasileiro. As imagens mostram um lance interpretativo, onde o defensor são-paulino claramente tenta recuar a perna, enquanto o atacante palmeirense parece buscar o contato. A decisão precipitada do árbitro, sem recorrer ao VAR, acabou por selar o destino de uma competição inteira.
A postura evasiva do técnico palmeirense ao ser questionado sobre o lance – sugerindo que as dúvidas fossem direcionadas ao árbitro – apenas adiciona mais combustível à polêmica. Quando nem mesmo o lado beneficiado se dispõe a defender categoricamente a marcação, fica evidente a dimensão da controvérsia.
Mais preocupante ainda é a rigidez do protocolo do VAR, que impede a intervenção da tecnologia sem o aval do árbitro principal. Em um momento em que o futebol busca minimizar erros cruciais, é contraditório que uma ferramenta tão importante fique refém de decisões individuais, especialmente em lances decisivos de fases eliminatórias.
O episódio desta semifinal não é apenas mais um capítulo na rivalidade entre Palmeiras e São Paulo, mas um alerta sobre a necessidade urgente de revisão nos protocolos de arbitragem. O futebol moderno não pode mais se dar ao luxo de ter resultados definidos por erros que poderiam ser facilmente corrigidos com o uso adequado da tecnologia disponível.
A classificação palmeirista, embora legítima dentro das regras atuais, deixa um gosto amargo e reacende o debate sobre até que ponto a preservação da autoridade do árbitro em campo deve se sobrepor à busca pela justiça esportiva.